... que
... me queima a pele.
... me amolece.
... me inspira vontades.
Dispo-me devagar, sentindo o calor do aquecedor.
Transformo uma rotina, num ritual sensual... só para mim!
Todos os movimentos brandos, suaves, cuidados... reflectem-se no espelho, onde me admiro.
As minhas mãos são a carruagem, que transporta exuberante encomenda... a minha vontade!
A sua condução é coordenada... rigorosa. Todos os caminhos são percorridos, explorados, aflorados!
Sem me preocupar, cometo os mortais pecados, numa cadência voluptuosa.
Já com a Água em fortes, quentes e relaxantes salpicos inundando-me o corpo, aquieto-me no seu domínio. Opto por um gel de banho especial... no seu aroma... textura... sentir...
Espalho-o abundante e suavemente... despertando sensações e arrepios.
Repito movimentos. Retorna a vontade, há pouco (voluntariamente), interrompida.
Movida pelo agradável ambiente que me envolve, encosto as costas na parede fria.
Hummm... que contraste delicioso...
Os meus braços, têm vontade própria... as mãos, como se não me conhecessem... tocam, massajam, beliscam, agarram... há unhas que se cravam...
Entretando, satisfeita a minha vontade de pele, deixo-me de merdas... abro as pernas, colocando um pé na aba da banheira e, ataco-me sem demoras!
O meu dedo médio, alternando ritmos, produz uma dança incessante de sensações... frenéticas...
As coxas... sinto-as como se não me pertencessem... bamboleando!
Deito-me... em posição fetal, mas de barriga para cima e pernas afastadas, no seu expoente máximo.
Introduzo dois dedos, sentindo-os quentes e húmidos. Dentro de mim, a carne palpita, sôfrega de desejo...
... curvo-os em sinal de chamamento, massajando o meu esponjoso tesouro... rapidamente, violentas ondas me tomam de assalto, roubando-me o discernimento... não preciso dele!
Com a palma da mão, pressiono-me no exterior, enquanto que, em impulsos suaves na pressão, mas precisos no toque, executo uma divinal coreografia...
Fecho os olhos, sentindo-me levitar, solta, leve... entrego-me...
Quero o universo em segundos... usufruir... por isso, diminuo o ritmo...
A força espásmica que me acomete é vulcão explosivo... o sangue ferve, o coração dispara, a respiração em braille... sorvo até ao último instante, essa mágica energia que me doma o corpo e escraviza a mente...
Hummm... adoro ser gueixa e senhora de mim própria! Ter-me, numa torrente febril, inebriante, esgotante...
Depois, permito-me a longos momentos... de lânguido repouso...
Doce preguiça à chuva...